Eu confesso que sinto sua falta, mais do que imaginei que pudesse. A palavra não é exatamente falta, mas eu sei que devia ter feito mais com e pra você. Me arrependo de não ter vivido mais com você, de não lembrar de tudo que passamos, de tudo que não fiz.
Nessa estrada de auto-conhecimento eu encontro muitos pedregulhos pelo caminho, alguns que entram no meu tênis, tendo que abaixar para me livrar deles, outros nos quais eu tropeço e (quase) caio, outros ainda daqueles que eu tenho que me desviar e buscar uma rota alternativa caso eu queria continuar sem olhar pra trás.
E depois desse (pouco) tempo todo, o que eu me dei conta foi que eu não me conheço. Percebi que não sei fazer nem o que gosto, que nem vontade disso eu tenho. Percebi que eu fico muito tempo parada, embora não queira. E percebi uma outra coisa muito mais importante, que isso não me faz bem.
Decidi que não vou esquecer pelo quê eu luto, o que respiro, pelo quê vivo e a mensagem que eu quero deixar quando eu me for.
Eu preciso de segurança, mas não que me segurem.
Pra me mover eu preciso de desafios, de motivação.
Eu tenho medos, tenho receios, tenho faltas.
EU NÃO ME GARANTO, embora seja isso que eu queira passar.
Sim, eu estou escondida aqui atrás - atrás desse cabelo escuro contrastando com essa pele branca, por trás dessa maquiagem que me faz parecer mais destrutiva e perigosa, atrás desse sorriso alegre, atrás desses olhos que não transpassam maldade.
Atrás desses contrastes de personalidade fora de uma mesma pessoa.
Não sou auto-suficiente, eu preciso de alguém pra confiar, eu tenho raiva, eu sinto dor.
Que ninguém queira ouvir, eu até entendo.
Ninguém quer se olhar no espelho pra se ver realmente.
Por alguns anos eu não olhava para o espelho de meu quarto durante a noite tendo medo de ver algum "monstro".
No fundo eu sabia que isso era medo de saber que eu não era aquilo que desejava, que eu fazia coisas erradas e que muitas vezes não podia nem me olhar com orgulho do meu rosto.
Eu finalmente entendi, não existe nada que possa me assustar mais, do que eu mesma.
Soa perigoso, talvez, já que se eu perder o controle, tudo se foi.
Mas logicamente, eu não vou perder o controle, já que eu não vou me assustar. O que eu quero é libertar meus monstros devagar, para que eles não me assustem muito e que eu tenha poder de controlá-los e convertê-los em feras que estejam do meu lado e que lutem comigo pelos meus objetivos.
Eu quero olhar para o espelho e não ter medo de mim. Olhar e ter orgulho das marcas que serão deixadas em meu corpo e em meu olhar.
Não significa que eu vá ter orgulho de tudo que passei e de tudo que fiz, mas de como lidei com isso e de como eu assumi as consequências por mim mesma.
O que eu quero é encarar as mortes do meu próprio ser com satisfação e saber que foi a escolha certa pra mim.
E esperar que essa seja a escolha certa para o que me cerca, sem peso na consciência.
O que eu quero é ter o mundo como lar, que qualquer lugar que esteja eu me sinta acolhida e segura.
O que eu quero é: continuar mudando e melhorando a mim mesma e o que eu puder a minha volta, e não só envelhecendo.
Self-Assured
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Postado por Nati (: às 00:49 0 comentários
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